Para início de conversa, eu sou muito fã de Harry Potter. Muito mesmo! Aquele fã que acompanhou o lançamento dos livros, leu tudo mais de uma vez, acompanhou as estreias dos filmes indo ao cinema e tudo mais. Cresci lendo a saga do bruxo e sou muito grato por tudo que J. K. Rowling me ensinou e mostrou por meio da obra.
Fui à estreia de Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2 na noite de 15 de julho de 2011. Como todo grande fã, a expectativa era enorme. Muita expectativa, digamos assim. Tanta, que era arriscada a decepção com o longa. Na parte 1, não critiquei muito, preferi esperar a parte 2 para analisar o conjunto da obra. Agora, posso fazê-la.
Cinema com amigos. Não tem coisa melhor! Fila enorme, tensão, nervosismo e idas ao banheiro. Quando o filme começou, gelei. Aquele seria o último, o final. Eu havia assistido novamente a parte 1 há uma semana, então tudo estava bem nítido em minha mente ainda. Algumas cenas finais da primeira parte, e começou a segunda.
Primeira lembrança ruim e dor no peito: morte do Dobby. Lembrei que lágrimas correram quando o fato aconteceu no primeiro filme. Agora, apenas uma lembrança ruim, como eu disse. Harry, Hermione e Rony diferentes. Maduros, sérios, concentrados. Com motivos, claro, mas ainda guardo na memória eles pequenos correndo por Hogwarts.
Não quero aqui resumir o filme, creio que a história todos já saibam, apenas quero destacar algumas coisas. Quando Hermione beijou Rony, 1/4 do cinema aplaudiu. Quando Molly matou Belatriz, 2/4 do cinema bateram palmas. Quando Neville matou Nagini, 3/4 da plateia vibrou aplaudindo. E quando o filme terminou, todos participaram com palmas.
Esses fatos das palmas me chamaram muito a atenção. Eu participei de todos, exceto do primeiro momento. E na parte do “A minha filha não, sua vadia“, quase que fui eu quem puxei as palmas. É aquele momento em que você percebe que realmente você não é o único, que você não está sozinho. Porém foi exatamente essa a sensação ao terminar o filme…
Senti-me como se eu estivesse órfão. Forever alone. Nunca mais. Mas ao mesmo tempo, sensação de orgulho, missão cumprida. Nos últimos tempos nem havia manifestado muito minha profunda admiração pela obra, deixei incoberta. Mas ali, saindo do cinema, vontade de gritar. HARRY POTTER JAMAIS VAI ACABAR AQUI DENTRO DE MIM!!!
Chorei quando vi Fred morto, e mais ainda ao ver Lupin e Tonks sem vida, deitados. Foi muito triste… não tive como aguentar. A morte de Snape também me emocionou muito, assim como o final, na despedida de Harry, Hermione e Rony adultos de seus filhos na estação King’s Cross com destino a Hogwarts 19 anos depois da batalha.
Momento angustiante foi a morte de Harry, e aquela luz branca me cegando no cinema. Imaginei como se eu estivesse morrendo, fazendo uma travessia e a luz vindo até mim. Onde daria aquilo? Então Harry abre os olhos e vê aquele semi-feto agonizante num canto. Não sei explicar o que senti. Lembrei quando li a passagem no livro… angústia.
Mas houve também momentos divertidos, como a Mione no corpo da Belatriz em Gringotes, zelador Filch correndo… Risos na plateia. Muitas cenas que ficarão na memória, como o fogo na sala perdida, as memórias do Snape, os filhos do trio, os espíritos dizendo que estarão com Harry na batalha, e por fim, Voldemort se desfazendo para todo o sempre.
Por fim, confesso que esperava mais dessa segunda parte… Mas sei que foi culpa minha. O filme é ótimo, muito bom mesmo! Mas aquela sensação de que podia ter sido melhor é o que há agora. Mas acabou. It’s over. Mas eu vou querer assistir ao filme novamente, e o mais breve possível. Porém, com outro olhar.
Segunda vez sempre é diferente, como ler de novo um dos volumes. Releitura. Vou assistir a Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2 como fizesse amor com a mesma pessoa novamente, porém com mais emoção e prazer. Vou sentir mais, e lamentar mais também. Acabou… e o fim agora está na decisão de cada um. Para mim, o fim não existe, porque a magia nunca acaba e Harry Potter nunca morre.