A fantasia da nossa liberdade
Escrito por Thayz Phoenix | Listado em Colunas | Publicado em 20-06-2011
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Liberdade. Poucas pessoas entendem o valor real dessa palavra. Poucas pessoas conseguem assimilar o que realmente representa e a importância que possui para cada um de nós. Poucas pessoas experimentaram as sensações que ela pode trazer. Talvez, em nosso dia-a-dia, estejamos tão preocupados com outras coisas que parecem mais imediatas e, portanto, mais necessárias que esquecemos deste pequeno detalhe: ser livre. O que é ser livre? Poder fazer o que quiser? Não ter pais, professores ou mesmo o poder público interferindo em suas vontades e caprichos? O que é, afinal?
Acho que não há resposta precisa. Nunca existirá. Mas, assim como a felicidade, a liberdade não é uma meta a ser alcançada, o tal do pote de ouro no fim do arco-íris. A liberdade é o caminho, o estado de espírito que deve acompanhar todo o seu trajeto. Para mim, não há felicidade sem liberdade. Nascemos para sermos livres, como qualquer outro ser vivo na Terra ou como qualquer criatura mágica. Não porque é uma espécie de direito individual, mas por ser inato a cada um de nós. Precisamos ser livres, da mesma maneira como precisamos respirar. E a liberdade não está em permissões sem consequências ou qualquer responsabilidade. A liberdade está em montar uma vassoura e desafiar os ares. Sentir o vento no rosto e o calor da aventura. É considerar-se capaz de tudo, ou capaz daquilo, por um momento que seja. É sentir-se bem, sem pesos, sem pressão.
É poder pensar o que quiser, e saber o que deve ser feito ou dito a partir daí. É mergulhar em um oceano azul e poder dizer que está em casa. É tomar as próprias decisões, arriscando mas, sempre, tentando. É ter a chance de escolher qual a criatura sobrenatural que você quer namorar. É ter sonhos e mantê-los, sem que opiniões desencorajadoras afetem a ideia. É descobrir uma terra inóspita e explorá-la com castores falantes. É saber que você pode entrar em outro mundo na hora que quiser. Liberdade é abrir um livro e entrar naquele mundo, sabendo que nem mesmo o Obliviate mais forte pode retirar-lhe as sensações que aquele momento lhe proporcionou. É estar tão imerso em uma realidade alternativa, tão bem descrita e elaborada, que o mundo real torna-se um espectro de segundo plano.
O tempo todo, os heróis estão em busca de liberdade. Vários tipos, em vários níveis, mas tudo se converge em liberdade. Quem consegue ver uma semelhança mínima entre a felicidade ingênua das milhões de cartas com a única possibilidade de deixar de morar embaixo da escada com a felicidade sofrida da morte de Voldemort? Ironicamente, é a mesma sensação de Percy ao entrar no oceano, ou de voar em um pégaso. A felicidade de cada um desses momentos é proporcionada pelo sentimento de ser livre. Não há como ser feliz sem ser livre. Quando eu digo ‘livre’, não me refiro a fisicamente livre. Mas… mentalmente ou espiritualmente livre.
Basicamente, ser livre é acreditar nisso. Claro que não uma crença infundada ou uma alucinação na esperança de que a realidade permaneça submersa em algum lugar da mente. Não. Mas poder dizer a qualquer um que você é livre por uma série de razões, mesmo que elas, no fim, representem nada além de uma grande liberdade de… imaginação. Uma prisão - e aqui imaginem algo no nível de uma cela mesmo - só é trágica quando o seu conceito chega a seus pensamentos. A questão é muito complexa, na verdade, e me sinto dando voltas no mesmo ponto tentando esclarecê-lo. Enquanto a felicidade é algo que precisa ser identificado - e não procurado - a cada dia, a liberdade é algo que precisa ser descoberto dentro de cada um.
Há vários pequenos tipos de liberdade dentro de nós. Liberdade de ser, de estar, de pensar, viajar, mudar, criar, gostar, lamentar, sumir, surgir, mandar, chorar… cada uma, digamos, especial para um momento. Sim, todos nós podemos tudo. Consequências não cerceiam, apenas apresentam a realidade externa de uma maneira bastante contundente. Sim, nós podemos tudo. E precisamos acreditar nisso para caminhar e crescer a cada novo dia. Sim, nós podemos tudo. Só pode existir liberdade externa se houver liberdade interna. E os livros de fantasia são só mais uma demonstração disso.
Nem consigo contar quantas vezes eu fui a Hogwarts. E vocês?
Nem me fala. Perdi a conta de quantas vezes fui pra Hogwarts, Nárnia, Mundo Emerso etc… Por mais que a felicidade não apareça sem a liberdade (o que eu concordo) a sensação de liberdade plena é uma coisa bem mais difícil de alcançar. Acho que senti essa sensação 1 ou 2 vezes na minha vida. É difícil, mas quando alcançada eu posso dizer com segurança que é a melhor sensação do MUNDO *-*
Também já perdi as contas das minhas idas à Hogwarts, à Cair Paravel, à Fumaça, à Alagaesia…
Viajens perfeitas… rsrs’