Cristina Lasaitis
Nome completo: Cristina Lasaitis
Idade: 27
Formação: Biomédica
Cidade/Estado: São Paulo-SP
1. Desde que idade você tem o hábito da leitura?
Fui uma leitora habitual desde cedo por obrigação, por causa da escola, mas vou mentir se disser que a escola conseguiu me ensinar o prazer à leitura. Acredite se quiser, só me tornei uma leitora voraz depois dos 20 anos, quando não tinha mais obrigações com a escola e com o vestibular. Hoje não vejo a menor possibilidade de ensinar um aluno a gostar de livros através de leituras impostas.
2. Quais são as suas 3 sagas fantásticas literárias preferidas e por quê?
Não necessariamente nesta ordem preferência:
- Ciclo Terramar (Earthsea Cycle), da Ursula K. Le Guin. É uma hexalogia, mas pode ser dividida em duas trilogias que foram escritas em momentos diferentes da vida da autora; a primeira entre os anos 60 e 70 e a segunda entre os anos 90 e 00. O mais interessante é que entre essas duas trilogias dá para testemunhar uma verdadeira transformação na visão de mundo da autora. Apesar de ser uma série, cada livro tem individualidade, coloca em protagonismo personagens diferentes, em diferentes momentos históricos e em diferentes ilhas do mundo de Terramar.
- As Brumas de Avalon, da Marion Zimmer Bradley. Uma versão das lendas arturianas sob o ponto de vista das suas heroínas, de narrativa envolvente fundamentada nas relações complexas entre os personagens. O que mais gosto é do tratamento adulto e verossímil desse ponto de vista feminino, até então raro nas obras de ficção científica e fantasia.
- Requiem For Homo Sapiens, do David Zindell. Este é um autor praticamente desconhecido no Brasil, mas que já tem um volume considerável de publicações na língua inglesa. Neverness e a trilogia Requiem for Homo Sapiens é uma saga de ficção científica que lembra em alguns aspectos o universo de Star Wars, e poderíamos até mesmo classificá-la como uma “fantasia científica”. Os livros da série narram a trajetória de três gerações de personagens em uma trama imensa e extraordinariamente engenhosa, que amarra de forma coesa elementos tão diferentes quanto homens das cavernas, viagens pelas dobras do espaço, deuses digitais e poesia romântica inglesa.
O que há em comum nessas três sagas é a concepção magistral dos seus universos, a construção de narrativas espetaculares e envolventes, o tratamento sensível e o retrato rico das relações humanas.
3. Que publicações você já tem?
Desde 2006 venho publicando em antologias de autores, participei do Visões de São Paulo (Tarja Editorial, 2006), Paradigmas vol. 1 (Tarja Editorial, 2008), Todas as Guerras vol. 1 (Bertrand Brasil, 2009), FC do B Panorama 2007/2008 (Ed. Corifeu, 2008), Imaginários 4 (Ed. Draco, 2011). Recentemente organizei, em parceria com o Rober Pinheiro, os dois volumes da coletânea A Fantástica Literatura Queer (Tarja Editorial, 2011). Por fim, o Fábulas do Tempo e da Eternidade (Tarja Editorial, 2008) é minha coletânea de contos solo, que já teve duas edições esgotadas.
4. Como e quando surgiu a idéia de escrever “Fábulas do Tempo e da Eternidade”?
Entre 2006 e 2008 eu escrevia muitos contos para publicar na internet e participar de concursos literários. Quando reuni um número razoável de contos, resolvi que seria uma boa ideia publicá-los em forma de coletânea. Notei que o tempo podia ser um tema agregador dessas histórias, compondo uma coletânea temática, assim surgiu a ideia do Fábulas do Tempo e da Eternidade.
5. Dentre as 12 histórias apresentadas na obra, qual você indicaria como sua favorita?
São 12 histórias preferidas. Eu realmente não consigo eleger porque cada conto me agrada em um aspecto diferente. Cada uma dessas histórias foi bastante vivida durante o período de escrita e cada uma me traz um sentimento especial. Não vou esconder que tenho muito carinho por esses contos.
6. Quais foram os desafios e o que mais te agradou na escrita do livro?
Eu tenho uma obsessão por perfeccionismo com a qual é difícil lidar, e o tempo é o maior inimigo do perfeccionista. Apesar de toda a liberdade que uma coletânea de contos permite, é um grande número de histórias a serem pensadas, escritas e buriladas à exaustão, não surpreende que o processo inteiro seja muito demorado. O Fábulas do Tempo e da Eternidade levou praticamente 3 anos para ser escrito. O que mais me agradou – a razão pela qual faço literatura – foi a própria aventura da criação. Eu mergulho nas narrativas, sou arrebatada, passo semanas viajando com uma história e não há nada que substitua esse prazer.
7. Quais são os seus projetos atuais?
Serei organizadora de mais quatro volumes da coletânea de contos fantásticos LGBT A Fantástica Literatura Queer. E atualmente tenho em andamento um romance mashup de clássico da literatura brasileira (ao estilo “Orgulho e Preconceito e Zumbis”) e um livro para o público juvenil.
8. Uma mensagem aos leitores do blog CT:
Como vocês sabem, só pessoas especiais podem ver testrálios. A literatura nos oferece liberdade de pensamento e entendimento, permite um ponto de vista diferente sobre o mundo. Não se intimidem por ser diferentes, sigam felizes criando testrálios.
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