Giulia Moon

Nome completo: Giulia Moon
Formação: FAAP - Propaganda e Publicidade
Cidade/Estado: São Paulo, SP

1. Desde que idade você tem o hábito da leitura?
Acho que leio desde sempre. Eu lia mesmo quando ainda não sabia ler… Quando tinha uns três anos, pegava os livros infantis japoneses que minha avó lia para mim e repetia as histórias de cor, virando as páginas na hora certa. Os vizinhos e conhecidos ficavam assustados, dizendo: “mas ela já sabe ler?” rs. Desde pequena sempre li de tudo, quadrinhos, mangás, revistas, fotonovelas, livros, enciclopédias, até bula de remédio e manuais!

2. Quais são as suas 3 sagas fantásticas literárias preferidas e por quê?
Bem, alguns dos meus melhores momentos como leitora foram passados em companhia dos volumes de “O Senhor dos Anéis”, de Tolkien. A riqueza de detalhes, a elaboração complexa de um universo mágico, personagens carismáticos, tudo no “O Senhor dos Anéis” é muito legal! Quando descobri a série na livraria, era uma adolescente, e nunca havia lido nada assim. Era uma história de fadas para adultos, emocionante, inteligente. Foi um momento muito marcante para mim!

As crônicas vampirescas de Anne Rice, principalmente os livros “Entrevista com o Vampiro” e “O Vampiro Lestat”, inspiraram os meus primeiros contos de vampiros, e acabaram me levando a trilhar este caminho, o de escritora. A narrativa sedutora e apaixonada, aprofundando-se e dando uma dimensão psicológica mais densa ao mito dos vampiros, é o ponto alto da série. Anne Rice é uma escritora maravilhosa, e eu estarei na Bienal do Livro, tietando-a no dia do seu bate-papo! rs

E, por último, uma saga em quadrinhos. Pode ser? Todos os HQs de Sandman, de Neil Gaiman são incríveis. Gaiman nos faz ver seres fabulosos no quintal, no sótão, debaixo da escada. E isso é uma sensação maravilhosa, sem preço! Adoro Gaiman, desde os quadrinhos até seus contos, romances… Eu quero ser que nem ele quando crescer!

3. Em sua opinião, o que essa literatura acrescenta a você e aos seus leitores?
Obviamente, é uma fonte de grande diversão. Não consigo imaginar uma vida sem o entretenimento, sem a fantasia proporcionada pela ficção fantástica. Acho que ela acrescenta uma nova dimensão, a da imaginação, a tudo o que vivemos, experimentamos e produzimos na vida real. A capacidade de ver as coisas por novos ângulos, pensar como seria se fosse diferente, de permitir-se a arroubos de loucura, de liberdade criativa. E isso, acredito, é algo sem preço!

4. Como e quando surgiu a idéia de escrever a saga “Kaori”?
Kaori já andava pela minha cabeça faz tempo. Já aparecera em alguns contos, como protagonista ou coadjuvante, mas sempre com o seu ar discreto e delicado – embora mortal. Mas, em 2008, ela tomou a forma definitiva no conto “Dragões Tatuados”, da coletânea “Amor Vampiro”, da Giz Editorial. Nele, o vampwatcher Samuel vive o seu primeiro encontro com a vampirinha japonesa. Com o sucesso do conto, surgiu a ideia de lançar um romance com a personagem, o que não se constituía em nenhum problema, pois eu já tinha, mais ou menos delineada na minha cabeça, a sua história pessoal, o seu passado no Japão feudal. Já havia, inclusive, rascunhado os primeiros capítulos.

“Kaori: Perfume de Vampira” é, na verdade, uma história em dois tempos: uma aventura da Kaori do presente, uma vampira que vive num hotelzinho no bairro da Liberdade, em São Paulo, e uma aventura do passado, narrando o início de sua longa vida, ainda no Japão feudal, Era Tokugawa, quando era apenas uma adolescente linda e frágil, cobiçada por uma cortesã cruel e inescrupulosa chamada Missora. As duas histórias são contadas em capítulos intercalados no livro, para se cruzarem ao final.

Quando terminei o livro, havia ainda muita coisa a ser contada, muitos detalhes, muitas aventuras com a vampira Kaori pululando na minha cabeça. Então percebi que não era um romance único, mas, sim, uma série. E soube, nesse momento, que ia escrever um segundo volume com Kaori.

Então, durante estes dois últimos anos, escrevi “Kaori2: Coração de Vampira”. Desta vez a aventura começa no Rio de Janeiro, com Kaori vivendo um período de reclusão, ainda atormentada pelo fantasma de um amor do passado. Por um acaso do destino, Yoshi, um jovem mestiço, meio- japonês e meio-brasileiro, acaba cruzando o seu caminho. O garoto é tudo o que Kaori não desejava na sua vida: um humano sedutor, descuidado, inocente e com um talento inacreditável para se meter em encrencas. Enquanto isso, uma ameaça de proporções planetárias começa a se delinear. As criaturas sobrenaturais começam a agir de forma louca, descontrolada. E Kaori vai acabar envolvida com as peripécias dos humanos do IBEFF – Instituto Brasileiro de Estudo de Fenômenos Fantásticos – mais uma vez.

E, agora que Kaori2 já está no forno, preparando-se para ir para as livrarias em setembro, novas ideias com a vampirinha japonesa continuam fervilhando na minha cabeça. Por isso, acho que a série ainda vai continuar mais um pouco!

5. Quais foram as dificuldades de escrever “Kaori” e o que mais lhe agradou na escrita dos livros?
A maior dificuldade é a necessidade de se pesquisar sobre tudo. Armamentos, equipamentos, procedimentos científicos, sobre o Japão. Em alguns trechos, eu tinha que parar para pesquisar a cada nova cena, e isso era ruim para manter o foco e a continuidade. Mas tenho a felicidade de contar com alguns amigos excepcionais, que têm me ajudado com informações e esclarecimentos valiosíssimos, como Roberto Melfra, Júlio Kubo e Martha Argel. Eu os incomodava a todo momento com perguntas e mais perguntas… Que respondiam com a paciência de Jó. Eu só tenho a agradecer a eles!

A melhor coisa em Kaori, eu acredito, foi o de criar os personagens. Eu adoro os coadjuvantes! Eu sempre gostei deles, mesmo em livros de outros autores. Às vezes, sentia dó de alguns personagens secundários, que eram criados de forma rasa e sem cuidado. E acho que esse meu carinho pelos coadjuvantes resultou em muitos personagens divertidos e marcantes, que os leitores relembram com carinho depois de terminada a leitura.

6. Em “Kaori” qual seu personagem favorito?
É uma pergunta muito difícil! Como eu disse antes, tenho um carinho especial por todos eles. Cada personagem me foi útil, cumpriu o seu papel com brilho. Gosto tanto de Kaori, quanto de Missora, de Kodo, de Calixto, de Samuel… Não dá para escolher um só.

7. Quais são os seus projetos atuais?
Estou escrevendo mais um livro com Kaori, desta vez mais curto. Não é, ainda, o Kaori3. É uma aventura do passado, no Japão feudal, em tom de fábula.

8. Uma mensagem aos leitores do blog CT:
Criem testrálios, criem sonhos, criem universos, usem a imaginação. O mundo vai lhes parecer bem menos sombrio e mais bem-humorado!

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