Leonardo Schabbach

Nome completo: Leonardo Schabbach Oliveira
Idade: 25 anos
Formação: Comunicação Social/Jornalismo - Mestrado em “Comunicação e Cultura”
Cidade/Estado: Rio de Janeiro/RJ

1 – Desde que idade você tem o hábito da leitura?
Eu já lia desde muito cedo, difícil precisar. Mas comecei a ler com grande volume mesmo após ler história do Sherlock Holmes, quando estava na quinta para sexta série. Então o maior volume de leitura veio com 11, 12 anos. No entanto, como eu falei, já lia antes, só que esporadicamente. E já gostava de escrever.

2 – Por que você gosta de ler literatura de fantasia?
Também é complicado dar apenas uma razão. Mas eu adoro os mundos criados, as hipóteses criadas e testadas por meio da ficção. Gosto tanto que meus estudos da área de “Comunicação e Cultura” se voltam justamente para a ficção fantástica, em como ela é capaz de influenciar a sociedade, muito embora suas histórias não se passem necessariamente no mundo em que vivemos. Enfim, acho que gosto da literatura de fantasia por sua liberdade, pela liberdade de criar e explorar aquilo que vier na cabeça de um autor. A possibilidade de sair um pouco da rotina também é algo muito interessante.

3 – Quais são as suas 3 sagas fantásticas literárias preferidas e por quê?
O Senhor dos Anéis, A Crônica do Matador do Rei e Harry Potter. Acho que não preciso falar o porquê da predileção pelo Tolkien. O trabalho do autor é simplesmente incrível, maravilhoso. Sem ele, a literatura fantástica talvez ainda estivesse engatinhando. Praticamente tudo criado pós-Tolkien é inspirado em sua obra. O trabalho que ele teve é incrível mesmo, criar toda uma história, de milênios, todo um mundo, com línguas próprias, criadas como línguas mesmo, com gramática e tudo na mais perfeita ordem, é de fato algo memorável. E a história da saga é perfeita também, desde o Hobbit.

A Crônica do Matador do Rei já é mais nova, do Patrick Rothfuss. É uma literatura fantástica mais adulta e espetacular. O Patrick escreve bem demais, demais mesmo. A narrativa dele é envolvente e fará quem ler não parar mais. E o mundo criado por ele também é incrível, com muitos lugares e cidades, com muita música, conspirações e, claro, com seu próprio modo de fazer magias e etc… Com certeza, quando ele terminar a série, ela se tornará um clássico da fantasia mundial.

Harry Potter também entra na lista por tudo o que representa, pelo boom que causou e também pela história, que é ótima. Eu comecei a leitura da saga um pouco após ter lido as aventuras de Holmes, lá pela sétima série acho. Então também foi um livro muito importante para mim, para fixar o meu gosto pela leitura de vez e para começar a me colocar na trilha da literatura de fantasia.

4 – Em sua opinião, o que essa literatura acrescenta a você e aos seus leitores?
Muito. Aliás, embora eu esteja falando aqui da literatura de fantasia que muita gente poria como mais ligada ao “entretenimento”, há também, dentro da literatura fantástica obras aclamadas pela crítica, na minha opinião. É claro que a maioria não utilizaria os termos, mas essas obras são sim literatura fantástica: entre elas, “A Metamorfose”, de Kafka, “Ensaio sobre a Cegueira”, do Saramago, vários contos do Borges e muitas outras. Ou seja, temos também, dentro da literatura fantástica, obras com um poder de reflexão enorme, que certamente alimentam o espírito criativo e questionador do homem, “engrandecem o espírito”, como alguns diriam.

E mesmo a literatura mais de “entretenimento” tem um valor inenarrável. Primeiro, pelo motivo mais óbvio, são estas obras que formam leitores, que fazem com que nos encantemos com os mundos criados, com as histórias criadas, ao ponto de nos apaixonarmos pela literatura. Segundo, por estimular a própria criatividade e pelo fato de nos tornar melhores leitores e escritores conforme aumentamos nosso número de leitura; ou seja, tornamo-nos mais entendedores da nossa linguagem, tornamo-nos mais capazes de utilizarmos nossa língua.

Diminuir a importância da literatura fantástica é uma coisa que a crítica no Brasil faz com frequência, infelizmente. E isso é um erro enorme, enorme mesmo, algo que por muito tempo prejudicou o próprio mercado literário brasileiro. Mas isso, felizmente, está mudando.

5 – O que você faz para divulgar e incentivar a leitura de livros fantásticos?
Eu tenho um blog e fui um dos primeiros a procurar autores nacionais e dar espaço a eles, quando a maioria dos blogs ainda se voltava mais para os livros estrangeiros. Por causa do tempo, tenho feito isso menos por lá, mas já tivemos entrevistas com muitos autores, alguns de fantasia - e tivemos algumas resenhas também. Fico feliz por ter iniciado um movimento, diria até que junto com o Blog CT e o Mundo de Fantas, para valorizarmos nossos autores.

Como disse, hoje tenho menos tempo, mas ainda resenho livros nacionais e faço entrevistas quando posso. Atualmente, estou lendo Lerulian, do Dan Albuk, e estou gostando muito. Também iniciamos um podcast no blog, lá é possível que façamos alguns episódios voltados para a literatura fantástica. O primeiro episódio foi voltado para capas de livro, falamos do Bernard Cornwell, da Íris (autora nacional), do Raphael Draccon e do Eduardo Spohr (ambos autores de literatura fantástica). Acho que o pessoal irá curtir. Se quiserem conferir, aqui vai o link.

6 – Que publicações você já tem?
Tenho um livro de Teoria da Comunicação publicado, chama-se “A nova posição da ficção na pós-modernidade e a mídia” e trata um pouco do que falei a respeito do poder que as obras de ficção têm sobre a nossa sociedade. Recentemente, publiquei a minha primeira obra ficcional, de nome “O Código dos Cavaleiros”. Trata-se de uma obra bem leve, rápida, que pretende satirizar os clássicos contos de cavalaria medieval enquanto ainda critica um pouco de nossa sociedade atual. Por último, publiquei um e-book gratuito, “O Legado dos Dragões”. É o primeiro volume de uma saga que venho trabalhando no blog e que vou construir aos poucos, contando também com a opinião dos leitores. Bem legal. Foi lançada em e-book faz um mês e teve já mais de cinco mil downloads, fiquei bem feliz. É uma obra num estilo épico, como Senhor dos Anéis, embora não tenha o mesmo estilo narrativo do Tolkien, que é bem descritivo.

7 – Quais são os seus projetos atuais?
Como disse, temos o IceCast, podcast do meu blog, que promete ser um projeto bem legal. Nosso próximo episódio será sobre o filme “O Hobbit” e “The Dark Night Rises”. Tenho também algumas séries literárias no blog, sendo a principal delas “O Legado dos Dragões”. Devo soltar coisas novas em relação ao Legado sempre, um amigo meu falou que providenciaria até ilustrações, para a coisa ficar legal mesmo. Basicamente, por enquanto é isso. Haverá uma série literária nova no blog também, sobre um caçador de bruxas, mas aí os leitores precisarão esperar para ver (ler).

8 – Uma mensagem aos leitores do blog CT:
Já acompanho o Blog CT tem um bom tempo e posso dizer que tanto o pessoal do site como os leitores são muito legais. É um dos blogs já antigos que valorizam a literatura nacional - e seus leitores também o fazem. Por isso, só tenho a agradecer aos leitores do blog, pois são pessoas como vocês que dão estímulo para que os autores nacionais continuem produzindo e brigando por seu espaço.

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