Nome completo: Ronize Aline Matos de Abreu
Idade: 41 anos
Formação: Jornalista
Cidade/Estado: Rio do Sul/SC, mas carioca por adoção (há 23 anos) e coração

1 – Desde que idade você tem o hábito da leitura?
Desde antes de aprender a ler…rs… Meu pai lia muito, estava sempre com um livro, uma revista, um jornal na mão. Então eu não via a hora de também desfrutar daquele prazer - já que para mim deveria ser algo realmente prazeroso, senão meu pai não leria tanto. Então, quando aprendi a ler, tornar-me uma leitora compulsiva foi inevitável.

2 – Por que você gosta de ler literatura de fantasia?
Pelo mesmo motivo pelo qual gosto de escrever para crianças. Me encanta o imaginário infantil pela ausência daqueles limites lógicos que vamos incorporando à medida que crescemos, e que muitas vezes acabam tolhendo a chamada literatura adulta. A criança se permite envolver por uma história cuja lógica é apenas aquela da própria história. E a literatura de fantasia compartilha desse mesmo imaginário, dessa mesma capacidade de ousar e sonhar. Acredito que os amantes da literatura de fantasia sejam aqueles que não perderam a capacidade de acreditar em pés de feijão que chegam até o céu, casas feitas de doces, bonecos que se transformam em meninos e cavaleiros que vencem o dragão para salvar a princesa.

3 – Quais são as suas 3 sagas fantásticas literárias preferidas e por quê?
“O Senhor dos Anéis”, porque vejo ali um mito fundador da literatura de fantasia, no sentido de que serviu de inspiração para muitos autores, rendendo filhotes mundo afora. Além de serem magníficos os mundos ali criados, com sua riqueza de detalhes, criou um novo padrão de literatura. “Harry Potter”, porque além de ser uma história bem desenvolvida, bem amarrada, a despeito das críticas que recebeu tem o grande mérito de ter feito uma legião de jovens gostarem de ler. “Coração de Tinta”, porque sou atraída por livros que falam de livros, histórias sobre a arte de contar histórias. O enredo dessa trilogia é fascinante e surpreendente. E ter o talento de trazer à vida personagens de qualquer livro que se leia em voz alta é tentador, não?

4 – Em sua opinião, o que essa literatura acrescenta a você e aos seus leitores?
Os americanos têm uma expressão que se encaixa perfeitamente aqui: “think outside the box”. Em português, numa traduco literal algo como “pense fora da caixa”, significa sair do lugar comum, ser capaz de enxergar novas possibilidades, ousar, surpreender. A literatura de fantasia, na minha opinião, amplia a visão que temos do mundo, ou melhor, dos mundos. São múltiplos mundos, múltiplos seres, múltiplos saberes. Não é possível, portanto, querer que sejamos, aqui no nosso mundinho, todos iguais, a mesma cor, as mesmas atitudes, as mesmas preferências.

5 – O que você faz para divulgar e incentivar a leitura de livros fantásticos?
Sou professora universitária do curso de Comunicação Social. Muitos alunos chegam do Ensino Médio com uma certa resistência em relação à literatura por conta dos livros que foram obrigados a ler. Procuro incentivar a descoberta do prazer da leitura mostrando que ler é diversão tanto quanto o cinema. E uma das formas é apresentar a esses
resistentes a literatura de fantasia. Com isso, eles acabam percebendo a riqueza dessa literatura, bem como quebrando a resistência em relação à leitura.

6 – Que publicações você já tem?
Apesar de ter outros livros escritos, “O dono da Lua” é o primeiro a ser publicado. Ele já havia saído anteriormente na coletânea do Prêmio Monteiro Lobato de Literatura Infantil do SESC-DF de 2009, no qual foi selecionado.

7 – Quais são os seus projetos atuais?
Já entreguei outro livro infantil para a minha editora e estou finalizando um livro juvenil.

8 – Uma mensagem aos leitores do blog CT:
Literatura infantil é literatura, e ponto. Não é literatura feita para crianças, mas literatura feita a partir do imaginário infantil. É feita para encantar quem lê, independente da idade. Não tem prazo de validade, não fica ultrapassada só porque se cresceu. Pelo contrário, há sempre algo que ainda não foi experimentado, descoberto, revelado. Literatura infantil é fantasia em seu estado puro. Leiam sem preconceito. Leiam com prazer. Leiam!

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