Nome completo: Lhaisa Andria
Idade: 25 anos
Formação: Licenciada em Letras Português/Espanhol e suas literaturas
Cidade/Estado: Foz do Iguaçu/PR

1 – Desde que idade você tem o hábito da leitura?
Mesmo quando eu ainda não sabia ler. As pessoas liam para mim (sim, eu incomodava muito pedindo isso), e se ninguém me fazia esse favor eu inventava minhas próprias histórias vendo as figuras ou fingindo que entendia o que estava escrito. Era uma brincadeira, e por muito tempo considerei a leitura como uma. Também demorei muito para aprender a ler, efetivamente (só lá no final da primeira série). Foi com meus dez anos que consegui uma coisa mágica chamada carteirinha da biblioteca e comecei a ver a leitura como algo além do que matérias em salas de aulas ou das minhas leituras divertidas em casa com gibis e revistas.

2 – Você gosta de ler Literatura Fantástica? Por quê?
Sempre gostei de histórias fantásticas, então a literatura foi uma consequência. E a fantasia em livros tem a vantagem de sempre ter as cores que preferirmos em nossos pensamentos (além do fato de ser uma aventura podermos virar a próxima página. E, que outra literatura te dá tanta liberdade quanto a fantástica? Não temos limites para imaginar, para ir em todas as direções, todos os lugares e de toda e qualquer forma. Mas, ao mesmo tempo, podemos retratar a humanidade em sua essência, já ela abre espaço para quebrarmos todas as convenções de uma realidade estabelecida e resaltar os pontos que realmente importam.

3 – Quais são as suas 3 sagas fantásticas literárias preferidas e por quê?
Tenho exatamente 3 pilares na minha construção como escritora: 1º - Harry Potter – Sim, sou da geração do bruxinho e sou grata a todas as portas que a JK Rowling começou a abrir. Com ela, um livro que misture magia e valores não precisa ser obrigatoriamente para crianças, com o tamanho dos até então livros juvenis e em uma prateleira esquecida no fundo da livraria. Com Harry Potter descobri o universo das fanfics e que eu poderia ser mais do que uma leitora. Depois de HP pensei que poderia fazer diferença no mundo escrevendo um livro; 2º Senhor dos Anéis – Porque um mundo fantástico inteiro pode existir, ter vida e ser habitável até mesmo para nós, humanos. A dimensão do mundo criado por Tolkien nos deixa seguros em nos jogar nessa loucura de criar um mundo totalmente novo, de sermos senhores de uma criação; 3º Full Metal Alchemist – Sim, não é título de Literatura Fantástica, mas eu acho que FMA deveria ser leitura obrigatória para qualquer um que queria, no mínimo, escrever algo que seu leitor considere que valha atenção. Sigo a tendência do storytelling, de escrever fazendo uma promessa. Então, tanto no que escrevo quanto no que leio, procuro pelo coração/substância da história, algo que me faça chegar no final e pensar ‘nossa, perdi um tempo da minha vida para ler isso, mas valeu a pena’. Arakawa é mestre nisso, do começo ao fim da sua história, sem furos, sem perder o ritmo e conseguindo nos arrancar todas as emoções (quem não ficou chocado com o que acontece com a Nina?!). É impossível acompanhar a saga dos irmãos Elric e não crescermos junto com eles.

4 – Em sua opinião, o que essa literatura acrescenta aos seus leitores?
Claro que depende do livro e depende da pessoa que o lê. Muitas vezes, um livro faz mais sentido se lido em outro momento da vida, ou a sua releitura o faz perder todo o poder que uma vez já teve. Mas, se depois de ter lido um livro, você olhou para o mundo além das páginas de outra maneira, naquele momento ele faz parte de você. Literatura Fantástica hoje faz isso, não apenas diverte e entretém, ela acrescenta.

5 – O que você faz para divulgar e incentivar a leitura de livros fantásticos?
Participo de eventos, dou aulas de laboratório de criação textual onde os alunos são em sua maioria leitores de literatura fantástica, e divulgo nos meios digitais as minhas opiniões sobre minhas leituras. Acho que o principal, independente de que meio você use, é dizer sinceramente o que achou do que leu… Ah, eu escrevo literatura fantástica também, isso conta?

6 – Que publicações você já tem?
Participei de coletâneas da Andross: Tratado Secreto de Magia volumes 1 e 2, Histórias Envenenadas volume 1 e Bola de Pelo. Em abril publiquei pela Modo Editora o primeiro volume da trilogia Almakia – A vilashi e os Dragões.

7 - Fale um pouco sobre sua obra publicada mais recente:
Almakia é o meu primeiro livro lançado. Quando comecei a história pensei em várias possibilidades de usar a base de uma fanfic que eu havia escrito desde 2006. De tudo o me surgiu, criar um mundo fantástico para foi o que mais deu certo, e assim surgiu Almakia. É divertido criar os nomes, lugares, personagens com suas personalidades diferentes, situações e, principalmente, costurando tudo isso em algo único. Procuro escrever algo para mim mesma, algo que eu gostaria de ler dentro do meu padrão de a história precisar cumprir a promessa de uma leitura que valha a pena meu tempo. E Almakia atende a isso para mim, e espero que atenda também aos leitores. Quando ao enredo da história, ela lida com preconceitos e fala sobre a liberdade de sermos nós mesmos e de lutar por algo que acreditamos. Uma vontade pode mudar um mundo inteiro, por menor que ela seja.

8 – Quais são os seus projetos atuais?
Estou no processo dos livros 2 e 3 de Almakia, mas nunca deixando de lado outros projetos anteriores… Também estou pesquisando maneiras de se fabricar clones ou de conseguir pelo menos mais cinco horas no dia para poder dar conta de tudo.

9 – Uma mensagem aos leitores do blog CT:
Pessoal que gosta de Literatura Fantástica, não deixem de explorar esse novo panorama literário que está surgindo no Brasil e de apoiar seus escritores! Pode não parecer agora, mais isso tudo ainda fará toda a diferença. E, um recado de Almakia: Se você fosse um Dragão, o que colocaria acima de tudo? Acompanhe a série e decida!

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