A. Z. Cordenonsi

Nome: Andre Zanki Cordenonsi
Idade: 37 anos
Formação: Ciência da Computação
Cidade/Estado: Santa Maria/RS

1 – Desde que idade você tem o hábito da leitura?
Eu leio desde que me conheço por gente. Comecei com Histórias em Quadrinhos, da Disney e Mônica, depois passei para os livros. Da minha infância, me lembro das histórias do Cachorrinho Samba e da coleção Vaga-Lume. Depois, passei para Agatha Christie, Karl May e, mais tarde, Asimov e Arthur Clarke. Minha predileção por histórias seriadas vem dai.

2 – Você gosta de ler Literatura Fantástica? Por quê?
Eu comecei a ler Literatura Fantástica com Ficção Científica (Asimov, principalmente). Lia alguma coisa de terror, também (Stephen King, principalmente). Bem mais tarde adquiri num sebo uma coletânea de contos chamada “Magos”, apresentada pelo Asimov. Foi aí que comecei a me interessar pela fantasia propriamente dita. Li um pouco de Ray Bradbury e, numa Feira do Livro de Porto Alegre, comprei a coleção completa do Senhor dos Anéis. A partir daí não parei mais, a literatura fantástica se tornou o meu gênero favorito de leitura, mas ainda sobra tempo para algumas outras coisas. O que mais me atrai na literatura fantástica é a possibilidade de você poder brincar com o imaginário sem se amarrar aos grilhões da realidade. Ela é uma literatura de entretenimento por definição, mas isso não quer dizer que ela não possa focar em temas difíceis ou complexos.

3 – Quais são as suas 3 sagas fantásticas literárias preferidas e por quê?
Como a primeira saga de fantasia que eu li foi “O Senhor dos Aneis” eu não posso deixar de citá-la em primeiro lugar. Foi com Tolkien que eu aprendi a exercer um olhar divergente sobre todas as coisas e descobrir a magia em forma de prosa. Na série Harry Potter eu percebi que fantasia e realidade estão mais próximas do que a gente imagina. Acredito que as sacadas da autora em relação a magia versus realidade uma das coisas mais interessantes dos livros. Por último, citaria a série de terror Bento / Vampiro-Rei do André Vianco, uma aventura vampírica que se passa no Brasil e com ideias muito bem construídas.

4 – Em sua opinião, o que essa literatura acrescenta aos seus leitores?
Ouço muitas críticas por aí sobre a literatura fantástica ser uma espécie de escapismo. Que ela não traz nada ao leitor. Primeiramente, não acredito que todo o livro tenha que ter algum tipo de mensagem. A literatura pode, sim, ser apenas para divertimento. Aliás, eu leio e escrevo literatura de entretenimento, pois acredito que de aborrecimento já basta a vida. Acho que existem muitos valores importantes que são explorados neste tipo de literatura, além de ensinar aos leitores o poder da imaginação. Por outro lado, é perfeitamente possível desenvolver uma história “dura” com elementos fantásticos. Um exemplo é “Ensaio sobre a cegueira” do Saramago. O livro inicia com um elemento de pura especulação científica: uma doença que deixa uma parte da população cega. Daí ele pula para uma análise da hipocrisia da sociedade e dos valores em relação desta com o poder.

5 – O que você faz para divulgar e incentivar a leitura de livros fantásticos?
Duas coisas principais: primeiro, leio muito literatura fantástica, tanto nacional quanto internacional. Somente lendo e divulgando o bom trabalho dos outros é que os autores de fantasia podem ser reconhecidos. Segundo, trabalhando nas escolas. Andei visitando algumas na minha região e estou programando para investir nisso ainda mais neste ano. Acredito que o trabalho nas escolas, onde reside o principal público de literatura fantástica, é fundamental tanto para a difusão do hábito da leitura como do trabalho desenvolvido pelos autores de fantasia. Afinal, se consome muita fantasia no Brasil. Existe um público muito grande e ávido por histórias fantásticas. É necessário chegar a este público.

6 – Que publicações você já tem?
Eu iniciei publicando contos em várias editoras. Os meus primeiros contos publicados foram “O Trailer”, um conto de terror na antologia Le Monde Bizarre (Ed. Estronho), “A Rapineira”, uma ficção científica na antologia 2013 (Ed. Ornitorrinco) e “A Insurreição de SorLand”, um conto steampunk na antologia História Fantástica do Brasil – Inconfidência Mineira (Ed. Estronho). Depois, publiquei o conto sobrenatural “Almas de Nanquim” na antologia Autores Fantásticos (Ed. Argonautas) e o terror “Azrael” na revista literária Bang v.1 (Elo Editorial). Tenho vários contos que serão publicados nos próximos meses: Henrique e o Arlequim (Brinquedos… Eles Matam, Ed. Estronho), O Uirapuru Negro (Terra da Magia, Ed. Infinitum), A Mula do Cavaleiro Neerlandês (Brasil Fantástico, Ed. Draco), Miolo ao Molho Pardo (Terrir, Ed. Estronho), O Monstro da Vila Tomksei (Eu, o Monstro, Ed. Oráculo), O Conto do Criador (VII Demônios – Lúcifer, Ed. Estronho), A Solução Final (Excalibur, Ed. Draco) e O Morro da Gruta Sussurrante (Tomos Fantásticos n.1, Ed. 9 Bravos). E o Duncan Garibaldi e a Ordem dos Bandeirantes!

7 – Fale um pouco sobre sua obra publicada mais recente.
O meu primeiro romance foi lançado no fim do ano passado. Ele se chama “Duncan Garibaldi e a Ordem dos Bandeirantes” (Editora UnderWorld) e é um livro que conta a história de dois rapazes que vivem em um lugar pitoresco de Santa Maria – RS, conhecido como a Vila Belga. Esta vila fica as margens de um antigo entroncamento ferroviário abandonado e respira nostalgia em suas casas antigas e geminadas e seus lampiões de ferro. Neste cenário pacífico e bucólico surge o corpo ensanguentado de uma jovem portuguesa. A partir daí, o livro se desenrola em uma aventura fantástica onde os dois garotos descobrem que a cidade onde vivem pode esconder muito mais mistérios do que eles poderiam imaginar. Entre trens desgovernados, seres demoníacos e assassinos ancestrais, os garotos são atropelados pelos acontecimentos e só podem contar com a própria coragem para desvendar os segredos da misteriosa Ordem dos Bandeirantes.

8 – Quais são os seus projetos atuais?
Atualmente estou terminando a continuação do Duncan Garibaldi, escrevendo um livro juvenil de suspense e projetando algo que pode ser lançado como uma websérie. Além de contos que, de vez em quando, pipocam por aí.

9 – Uma mensagem aos leitores do blog CT:
A leitura é um labirinto de mil portas. Você nunca sabe onde vai parar quando começa a ler. E muito mais importante do que o destino, é o caminho que engrandece a nossa alma.
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