Richard Diegues
Nome completo: Richard Diegues
Idade: 36 anos
Formação: Analista de Sistemas
Cidade/Estado: São Paulo / SP
1 – Desde que idade você tem o hábito da leitura?
Comecei a ler muito cedo, desde os sete/oito anos. Eu nasci em Santos, litoral de São Paulo, onde a prefeitura tinha um programa muito bom de incentivo a leitura. Além de nos alfabetizarem na pré-escola (ao menos os que se interessavam) também haviam inúmeros programas, como por exemplo: todas escolas da rede municipal de ensino possuíam bibliotecas com empréstimo de livros; crianças podiam retirar livros nas bibliotecas municipais fora das escolas também; além do material didático, livros de literatura eram fornecidos aos alunos gratuitamente e as escolas faziam com que circulassem em trocas mensalmente; na esquina da minha casa havia uma Biblioteca volante toda quarta-feira, que era um ônibus adaptado com cerca de 2 mil títulos e eu semanalmente apanhava no mínimo 2 livros para ler. Sempre tive o hábito de ler no mínimo 3 livros por semana (até 5 se fossem finos, ou 2 se fossem muito grandes). Tive uma ótima educação na infância, no que concerne a literatura. Também há o fato de que nunca vi minha mãe passar um dia sem ler ao menos umas 50 páginas de algum livro.
2 – Por que você gosta de ler literatura de fantasia?
Bem inicialmente eu lia muitos quadrinhos. Meu tio tinha uma banca de jornal e eu o ajudava a fazer o “encalhe”, e em troca ele me deixava ler todos os quadrinhos que chegavam, sem exceção ou distinção. Livros como os de Monteiro Lobato, e posteriormente os da coleção vagalume também tiveram grande influência nisso. Eu não leio somente literatura de fantasia. Sou daqueles que lêem até rótulo de xampu do início ao fim. Tenho uma predileção confessa pela Literatura Fantástica, mas como escritor me vejo mais do que obrigado a beber de várias fontes. Leio desde manuais técnicos, Clássico universais, livros de história e biografias, até um eventual blockbuster fantástico.
3 – Quais são as suas 3 sagas fantásticas literárias preferidas e por quê?
Em fantasia curto muito o Discworld de Terry Pratchet, que criou um universo muito interessante e escreve com um humor britânico que extrapola o clichê em todos os sentidos; também curto muito a Darkover, de Marion Zimmer Bradley, que foi capaz de me entreter em leituras e releituras durante minha adolescência, em uma mistura de fantasia e ficção científica sem precedentes; por fim vou deixar aqui o grande Artur Conan Doyle, com seu inigualável Sherlock Holmes, o qual dispensa comentários.
4 – Na sua opinião, o que essa literatura acrescenta a você e aos seus leitores?
Eu tenho procurado escrever, ao menos em meu próprio nome, o que chamo de literatura de entretenimento. Escrevo para levar o leitor para um outro universo, ao menos enquanto seus olhos percorrem as páginas de meus textos. Não sou pretensioso a ponto de querer mudar o mundo, nem mesmo dar as lições que deveriam ser adquiridas com a vivência. Um livro de literatura deve entreter o leitor, fazendo com que relaxe de problemas, viva alguns instantes os conflitos, preocupações e alegrias pelo prisma de um outro personagem. Quero que o leitor tenha prazer acima de tudo. É claro que exponho idéias, tento apresentar o máximo de conhecimento possível, guiar literalmente o leitor por um universo de conhecimentos e pensamentos que provavelmente ele não possui, pois essa é a graça da fantasia. Mas não levo isso como meta. Se um leitor chegar ao final de um de meus livros e tiver se espantado com as idéias, realmente “curtindo” a leitura em algumas horas de prazer real, posso dizer que eu cumpri o que pensava ao criar o texto.
5 – O que você faz para divulgar e incentivar a leitura de livros fantásticos?
Bem, além de ser editor pela Tarja Editorial, participar de inúmeros eventos e palestras, escrever e disponibilizar dezenas de textos, semanalmente me reunir com escritores e artistas da área, não faço muita coisa não… não sobra tempo. Mas sendo sincero, faço tudo que posso para auxiliar esse mercado maravilhoso a se expandir. Como é uma de minhas literaturas prediletas, quero mais é que tenhamos um crescimento de material de qualidade (de qualidade mesmo) surgindo. Todos ganham.
6 – Que publicações você já tem?
Eu sou autor dos livros: Magia – Tomo I (1997), Sob a Luz do Abajur (2007) e Tempos de AlgóriA (a ser lançado nesse ano). Também sou organizador e co-autor dos livros Necrópole – Histórias de Vampiros (2005), Visões de São Paulo (2006), Necrópole – Histórias de Fantasmas (2006), Histórias do Tarô (2007), Necrópole – Histórias de Bruxaria (2007), de quatro volumes da Coleção Paradigmas (2009/2010), além de co-autor dos livros Portal Fundação (2009), Livro Vermelho dos Vampiros (2009), Imaginários 1 (2009) e Cyberpunk – Histórias de Um Futuro Extraordinário (2010). Minha obra mais recente é o romance Cyber Brasiliana, lançado no final do ano passado. Tenho cerca de seis originais prontos e engavetados para serem soltos aos poucos. Esse ano devo lançar o meu xodó, chamado Catrina e o Reino de Todos os Olhos, que está em processo de ilustração; uma aventura de fantasia que brinca com o Reino dos Sonhos.
7 – Quais são os seus projetos atuais?
Vou falar apenas da área de literatura onde estou fechando uma série de livros que se passa no meu Universo de Todos os Olhos, se iniciando com o romance de fantasia Catrina e o Reino de todos os Olhos (já completo), Tempos de AlgóriA (fantasia, já completo), Resvalamentos (Fantasia dark, já completo) e se encerra em dois volumes ainda não fechados, um que flana com a FC e a Fantasia que é o Eras da Criação, e outro de contos que estão em andamento e explicam todas as lacunas dos livros anteriores, que deve se chamar Tempos do Rei. Fora essa série tenho alguns trabalhos “soltos” em conclusão, como um livro de Weird Fiction que brinca com Steampunk, Cyberpunk e Horror Lovecraftiano, que é a obra que mais tenho trabalhado atualmente.
8 – Uma mensagem aos leitores do blog CT:
Bem, primeiramente gostaria de ressaltar que estejam sempre atentos para os autores que surgem no mercado de literatura fantástica nacional. A Tarja Editorial, por exemplo, vem investindo muito em nossos escritores, procurando sempre apresentar o que existe de mais criativo e interessante na atualidade. Esse filtro já é uma forma de ajudar o leitor a saber o que é realmente promissor, independente do gênero que está mais acostumado. A variação entre estilos é boa. Temos que ler um pouco de tudo, pois se tiver qualidade, não interessa o gênero, garanto que vai gostar. Existe sim uma enxurrada de livros de baixo padrão pelas prateleiras, mas com calma se é possível saber em que editoras estão os autores sérios e ir acompanhando o mercado. Aos poucos temos que ir descobrindo os bons nomes e ficarmos atentos para suas novidades. Como editor, sempre procuro mostrar o que há de melhor e fechar os pontos onde os leitores mais tem carência, trazendo sempre inovações e lançando primeiro tudo o que nosso país carece, como aconteceu com o livro Steampunk – histórias de um passado extraordinário, que trouxe a tona essa vertente que agora abunda nas prateleiras; e o que estamos fazendo com o New Weird Fiction, que ainda não possui títulos nacionais, mas resolvemos traduzir os pioneiros lá de fora, lançando o “A Situação”, de Jeff VanderMeer, e o “Rei Rato”, de China Miéville.
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